Não há remédio, rapaz:
fora da anestesia, não há salvação.
O tempo cala, mais que o medo.
Vê, rapaz, o brilho nas palavras do louco.
Vê como a sombra tem cores,
como a mesmice alimenta.
A anestesia corrige a história
e muda o sinal da equação.
Vê, rapaz, a planta estéril cresce mais depressa.
A esperança,
com seu fardo de sementes tantas,
não vai ter pernas pra correr o campo.
Extingue enquanto é tempo, rapaz,
essa desajeitada lucidez.
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DA PALAVRA
Discurso sobre o discurso • Memória fotográfica • Pórtico • Cena parlamentar • No côncavo da noite • Com a palavra, o amigo prático