Todo encontro precisa ter um chão
onde seja possível andar sentindo as pedras,
deixar a marca de pegadas
e plantar uma raiz.
Por isso o tempo do encontro
devia ser um tempo mais lento,
um tempo de cura
e de silêncios plenos.
Devia ser um tempo de calma,
de hera subindo pela madeira da cerca,
num anseio de repouso e permanência.
O tempo do encontro
devia dar tempo aos confusos,
aos atrapalhados com as palavras,
aos que precisam tecer suas verdades
com a firmeza das cordas de sisal.
Um tempo
como o das árvores que crescem lado a lado,
bebendo do chão a mesma seiva
e misturando aos poucos a folhagem,
muitos metros acima.
ROTEIRO DE APRENDIZADO
Cinco cachorros na gaveta • Amor de pai
A persiana do quarto • Tempo do encontro